Mostrando postagens com marcador Desenvolvimento e Comportamento Infantil. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Desenvolvimento e Comportamento Infantil. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

O desenho e o desenvolvimento das crianças.

Os rabiscos ganham complexidade conforme os pequenos crescem e, ao mesmo tempo, impulsionam seu desenvolvimento cognitivo e expressivo. 


"Sabia que eu sei desenhar um cavalo? Ele está fazendo cocô." 
"Vou desenhar aqui, que tem espaço vazio." 
"O cavalo ficou escondido debaixo disso tudo!" Joana, 3 anos 

No início, o que se vê é um emaranhado de linhas, traços leves, pontos e círculos, que, muitas vezes, se sobrepõem em várias demãos. Poucos anos depois, já se verifica uma cena complexa, com edifícios e figuras humanas detalhados. O desenho acompanha o desenvolvimento dos pequenos como uma espécie de radiografia. Nele, vê-se como se relacionam com a realidade e com os elementos de sua cultura e como traduzem essa percepção graficamente. 

Toda criança desenha. Pode ser com lápis e papel ou com caco de tijolo na parede. Agir com um riscador sobre um suporte é algo que ela aprende por imitação - ao ver os adultos escrevendo ou os irmãos desenhando, por exemplo. "Com a exploração de movimentos em papéis variados, ela adquire coordenação para desenhar", explica Mirian Celeste Martins, especialista no ensino de arte e professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie. A primeira relação da meninada com o desenho se dá, de fato, pelo movimento: o prazer de produzir um traço sobre o papel faz agir. 

Os rabiscos realizados pelos menores, denominados garatujas, tiveram o sentido ampliado sob o olhar da pesquisadora norte-americana Rhoda Kellogg, que observou regularidades nessas produções abstratas (veja no topo da página o desenho de Joana, 3 anos, e sua explicação).Observando cerca de 300 mil produções, ela analisou principalmente a forma dos traçados (rabiscos básicos) e a maneira de ocupar o espaço do papel (modelos de implantação) até a entrada da criança no desenho figurativo, o que ocorre por volta dos 4 anos. 

No período de produção de garatujas, ocorre uma importante exploração de suportes e instrumentos. A criança experimenta, por exemplo, desenhar nas paredes ou no chão e se interessa pelo efeito de diferentes materiais e formas de manipulá-los, como pressionar o marcador com força e fazer pontinhos. Essa atitude de experimentação tem valor indiscutível na opinião de Rhoda: "Para ela 'ver é crer' e o desenho se desenvolve com base nas observações que a criança realiza sobre sua própria ação gráfica", ressalta Rosa Iavelberg, especialista em desenho e docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), no livro O Desenho Cultivado da Criança: Práticas e Formação de Educadores. Esse aprendizado durante a ação é frisado pela artista plástica e estudiosa Edith Derdyk: "O desenho se torna mais expressivo quando existe uma conjunção afinada entre mão, gesto e instrumento, de maneira que, ao desenhar, o pensamento se faz". 

De início, a criança desenha pelo prazer de riscar sobre o papel e pesquisa formas de ocupar a folha. 
Com o tempo, a criança busca registrar as coisas do mundo.

Uma das principais funções do desenho no desenvolvimento infantil é a possibilidade que oferece de representação da realidade. Trazer os objetos vistos no mundo para o papel é uma forma de lidar com os elementos do dia a dia. "Quando a criança veste uma roupa da mãe, admite-se que ela esteja procurando entender o papel da mulher", explica Maria Lúcia Batezat, especialista em Artes Visuais da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc). "No desenho, ocorre a mesma coisa. A diferença é que ela não usa o corpo, mas a visualidade e a motricidade." Esse processo caracteriza o desenhar como um jogo simbólico. 

"Esse aqui não é um coelho. Não me diga que é um coelho porque é um boi bebê. Eu estou fazendo uma galinha que foi botar ovo no mato. Quer dizer, uma menina que foi pegar plantas no mato para dar ao marido." Yolanda, 5 anos

Desenhar é uma forma de a criança lidar com a realidade que a cerca, representando situações que lhe interessam.

Mais cedo ou mais tarde, todos os pequenos se interessam em registrar no papel algo que seja reconhecido pelos outros. No começo, é comum observar o que se convencionou chamar de boneco girino, uma primeira figura humana constituída por um círculo de onde sai um traço representando o tronco, dois riscos para os braços e outros dois para as pernas. Depois, essa figura incorpora cada vez mais detalhes, conforme a criança refine seu esquema corporal e ganhe repertório imagético ao ver desenhos de sua cultura e dos próprios colegas.

Uma das primeiras pesquisas dos pequenos, assim que entram na figuração, é a relação topológica entre os objetos, como a proximidade e a distância entre eles, a continuidade e a descontinuidade e assim por diante. Em seguida, eles se interessam em registrar tudo o que sabem sobre o modelo ao qual se referem no desenho, e é possível verificar o uso de recursos como a transparência (o bebê visível dentro da barriga mãe, por exemplo) e o rebatimento (a figura vista, ao mesmo tempo, por mais de um ponto de vista). Assim, a criança se aproxima das noções iniciais de perspectiva e escala, estruturando o desenho em uma cena, sem misturar na mesma produção elementos de diferentes contextos. 
"Vou desenhar a minha casa. Aqui é o portão e tem uma janela aqui." Anita, 5 anos 
"Dá para ver a sua mãe dentro de casa?" Repórter 
"Não, porque a porta parece um espelho. Só daria se a janela estivesse aberta." Anita 

O desenho é espontâneo ou é fruto da cultura? 
Entre os principais estudiosos, há uma cizânia. Há os que defendem que o desenho é espontâneo e o contato com a cultura visual empobrece as produções, até que a criança se convence de que não sabe desenhar e para de fazê-lo. E há aqueles que depositam justamente no seu repertório visual o desenvolvimento do desenho. Nas discussões atuais, domina a segunda posição. "A única coisa que sabemos ser universal no desenho infantil é a garatuja. Todo o resto depende do contexto cultural", diz Rosa Iavelberg. 

Detalhes da figura humana, noções de perspectiva e realismo visual são elementos da evolução do desenho.

Essa perspectiva não admite o empobrecimento do desenho infantil, mas entende que a criança reconhece a forma de representar graficamente sua cultura e deseja aprendê-la. Assim, cai por terra o mito de que ela se afasta dessa prática quando se alfabetiza. "O desenho é uma forma de linguagem que tem seus próprios códigos", diz Mirian Celeste Martins. "Para se aproximar do que ele expressa, é preciso fazer uma escuta atenta enquanto ele é produzido." Para Mirian, a relação entre a aquisição da escrita e a diminuição do desenho ocorre porque a escola dá pouco espaço a este quando a criança se alfabetiza - algo a ser repensado em defesa de nossos desenhistas.


* Os desenhos e os diálogos publicados nesta reportagem são de crianças de 3 a 5 anos da Creche Central da Universidade de São Paulo (USP).
BIBLIOGRAFIA:
O Desenho Cultivado da Criança: Práticas e Formação de Educadores, Rosa Iavelberg, 112 págs., Ed. Zouk, tel. (51) 3024-7554, 23 reais 
Tratado de Psicologia Experimental, vol. 8, Paul Fraisse e Jean Piaget, 313 págs., Ed. Forense, tel. (11) 4062-5152 (edição esgotada)

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O vídeo anti-bullying infantil que está conquistando o mundo!

“Daisy Chain” nasceu como uma história de embalar e em três anos tornou-se um dos livros interativos de maior sucesso na Austrália. E também um curta metragem com a narração da atriz Kate Winslet.
O australiano Galvin Scott Davis começou a notar algo diferente no seu filho, Benjamin. Sempre que chegava da escola, o menino ficava mais calado e não tinha a mesma motivação que antes. “Ele estava mais reservado e descobri que tinha sofridobullying na escola. Não foi um caso muito grave, mas foi suficiente para que perdesse a confiança”,contou ao jornal The Guardian.
Para reconfortar o filho, Davis decidiu contar-lhe uma história de embalar de alguns dos livros infantis da vasta coleção que tem em casa, mas não encontrou nenhuma história apropriada para aquele momento. Então, decidiu inventar uma. Assim nasceu a ideia para “Daisy Chain”, um conto sobre uma menina chamada Bree Buttercup, que é perseguida por outras crianças quando tiram uma fotografia dela e a colocam em todas as árvores do parque. É o próprio Benjamin quem ajuda Bree a combatê-los usando uma corrente de margaridas, a sua flor favorita.
Num período de 3 anos, a história deixou o quarto de Benjamin para tornar-se um dos livros interativos com o maior número de downloadsna Austrália. Depois, foi feita um curta metragem com a narração da atriz Kate Winslet, que está a ser utilizado por grupos anti-bullying na Austrália, Estados Unidos e Reino Unido para a consciencialização das crianças nas escolas.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

A sexualidade infantil dos 3 aos 6 anos de idade.

A curiosidade e os questionamentos referentes à sexualidade surgem desde muito cedo na vida da criança.

Instigadas pelas descobertas em si mesmas e no ambiente em que vivem, sem pudor, elas brincam na hora de fazer xixi, tomam banho juntas, pedem companhia na hora de evacuar, exibem seu corpo, com a mesma naturalidade que disparam uma infinidade de perguntas sobre a sexualidade humana: 

“Por que o pipi do papai tem pelo e é maior que o meu?”; “Tem nenê na barriga daquela moça? Como ele foi parar lá dentro”; “Eu posso namorar o papai?”; “O que é transar?”; só para citar algumas.

A partir do momento em que as crianças são desfraldadas, vão descobrindo e experimentando ainda mais seu corpo desnudo. Seus genitais e ânus passam a ser manipulados direta ou indiretamente. Meninos percebem sua ereção e as meninas descobrem que o clitóris provoca “cócegas gostosas”. No escorregador, na cadeira, sentados como índios, fazendo cavalinho na perna de um adulto, com os pés roçando seu genital, as crianças se dão conta das sensações prazerosas vindas destas partes do corpo e, por isto, tendem a repeti-las sempre que possível, a sós ou em público.

Muitos adultos, contudo, não encaram a masturbação infantil como algo natural do desenvolvimento humano. Como resultado, usam palavras ou gestos repressores para impedir a exploração que a criança faz do próprio corpo.

Se a criança “brinca” sozinha com suas partes íntimas e a brincadeira não causa incômodo a outras pessoas, não tem por que interrompê-la. No entanto, é importante pontuar para a criança que a masturbação não pode ocorrer em qualquer lugar. Uma forma de traçar os limites do que é socialmente aceito ou não, é verbalizar que por mais gostoso que seja brincar com os próprios genitais, esta é uma brincadeira que se faz sozinho e sem objetos que possam machucar. Também, é importante evitar que a criança obtenha prazer utilizando-se do corpo de outra pessoa, especialmente se esta não tiver a mesma idade dela. Deixar a criança roçar os genitais na perna de um adulto – ou algo semelhante – é, mesmo que sutilmente, autorizá-la a ter prazer sexual com um adulto.

Assim como brincar com o próprio corpo pulsa entre os pequenos, a maioria das crianças manifesta o desejo de também conhecer e explorar as partes íntimas de outras pessoas: querem olhar, saber como é e até mesmo tocar no corpo dos mais próximos. Além disso, elas passam a questionar e investigar as diferenças entre homem e mulher, menino e menina. Através do faz de conta, as crianças representam e experimentam papéis de mãe, pai, esposa, marido. Elas brincam de médico, despem bonecas e dão banho, brincam de papai e mamãe que se beijam, pela simples curiosidade manifestada nesta idade. Imitam e repetem o que veem, ouvem e observam em casa, na escola, nos meios de comunicação e em outros espaços de convivência. Falam em namorado e querem beijar na boca dos pais ou dos amigos – porém, sem a conotação sexual dada pelo adulto. Podem revelar ainda, a curiosidade pelas cenas do ato sexual (observadas na vida real ou criadas em sua fantasia).

Meninos e meninas estão sempre juntos, sem muita distinção ou grupinhos diferenciados pelo sexo: brincam de casinha, onde ambos podem ser o papai ou a mamãe, jogam bola, dirigem carrinhos, dentre outras brincadeiras.  Nesta idade não existe atitude, roupa ou brinquedo de menina ou menino. Aqui, o que vale é a oportunidade de experimentação; isto significa que meninos, por exemplo, não serão “gays” caso desejem passar batom ou prefiram brincar com meninas. Assim como vestem fantasias e imaginam serem super-heróis, as crianças também experimentam o sexo oposto.

Entre tantas perguntas que surgem em busca de orientação e esclarecimento, vale a regra das respostas verdadeiras, claras, objetivas e pontuais, de acordo com a maturidade e curiosidade expressada pela criança. A falta ou erro de informação (vindas de dentro ou de fora de casa) acabam por inibir a busca de conhecimento saudável vivido pelas crianças. Isto não significa que devemos responder a elas absolutamente tudo sobre o assunto questionado, nem de imediato (quando não é possível). Informação em excesso pode “bagunçar” a cabeça da criança. É importante estar atento para identificar aquilo que ela realmente quer saber. Procure responder somente o que lhe foi perguntado; caso ela se interesse mais pelo assunto, ou não tenha compreendido a explicação, não se preocupe, ela fará uma nova pergunta. Acolher o interesse da criança, além de saudável, propicia o fortalecimento da relação de confiança mútua entre os pais e a criança.

Quando o assunto é sexualidade não podemos esquecer que:

As conversas sobre sexualidade devem ocorrer naturalmente (o que nem sempre é fácil para alguns pais) como qualquer outra que temos com as crianças.
Julgamentos e preconceitos, sempre que possível, devem ser deixados de lado para que a sexualidade não seja vista como tabu.
Cuidar do corpo é proteção e não apenas garantia de higiene. Para isto, é preciso ensinar à criança noções de intimidade, público e privado – até onde ela pode ir com seu corpo, com o corpo do outro e o outro com o dela.
É fundamental respeitar a privacidade da criança quando ela sinaliza vergonha ou outro desconforto diante de assuntos relacionados à sexualidade ou do nu.
Criança é criança, não devendo ser exposta à sexualidade vivida pelo adulto (no banho ou no quarto com os pais, na televisão, nas músicas e danças sensuais, dentre outros ambientes e situações). Estes estímulos geram precocidade e deixam-nas vulneráveis.
Existe um limite entre o que é espontâneo e natural para cada fase da sexualidade infantil e o que vai além, como se masturbar com muita frequência, querer ter seus genitais acariciados por outra pessoa, se interessar excessivamente por questões ligadas à sexualidade, repetir cenas sexuais de conteúdo adulto, não ter interesse nenhum pela sexualidade humana, entre outras. Estas situações merecem atenção especial.
Entre inibir as manifestações sexuais das crianças e estimular aquilo que não pertence às etapas de seu desenvolvimento existe um espaço grande, no qual discernimento e orientação com afeto se fazem necessários, permitindo a manifestação das descobertas, da exploração, do prazer e dos sentimentos envolvidos nestes momentos de puro conhecimento para a criança. 

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Educar para as emoções!


Crie seu filho para que ele saiba se relacionar com as pessoas e o mundo.

O sucesso profissional será uma consequência!




A criança precisa de um momento em que não esteja sendo julgada ou cobrada, em que possa simplesmente fantasiar e fazer o que quer.

"Meu filho vai ter nome de santo / Quero o nome mais bonito". Os versos da música-ícone "Pais e Filhos", da banda Legião Urbana, simbolizam a vontade que quase todo pai tem de fazer o melhor para o seu herdeiro. Antes mesmo de o bebê nascer, pai e mãe embarcam num planejamento detalhado, que vai do nome de batismo à escolha da escola. Não raro, a criança mal saiu do berço e já está disputando vaga num dos melhores colégios de sua cidade, fenômeno percebido principalmente entre as famílias de classe média alta.

"Os filhos hoje são verdadeiros tesouros de seus pais. Dizemos que são superinvestidos", sinaliza o médico Luiz Carlos Prado, psicoterapeuta familiar de Porto Alegre, RS. Esse superinvestimento se dá em diversos sentidos. Não apenas as crianças são muito amadas, vigiadas e protegidas, como frequentam escolas concorridas e têm acesso a bens materiais caríssimos, como videogames e computadores de última geração.

Expectativas demasiadas e excesso de proteção e de mimos, porém, conduzem muitas vezes a um quadro indesejável: a criança pode se tornar um jovem cheio de conhecimentos, entretanto pouco capaz de se relacionar em grupo e, pior, insatisfeito e infeliz. Acostumado a ter tudo à mão, ele reage mal diante das dificuldades intrínsecas à vida e à convivência em sociedade. Consequentemente, não desenvolve a segurança e o jogo de cintura necessários para a satisfação pessoal e o sucesso profissional. 

A ironia é que são essas características prejudicadas pelo excesso de investimento - habilidade para conviver, empatia, flexibilidade - que o mundo profissional mais tem procurado. Em um estudo recente, a IMC Consultoria Empresarial, do Rio de Janeiro, divulgou que 75% das empresas brasileiras consideram a chamada "inteligência emocional" mais importante do que os conhecimentos práticos de seus funcionários. Não adianta, portanto, investir na hiperqualificação de seu filho sem, ao mesmo tempo, lhe garantir uma formação emocional tão sólida quanto. 

Pensando nisso, especialistas traçaram algumas orientações fundamentais para que pais não percam de vista as emoções de seus filhos: 
- Não transforme a vida do seu filho na sua; 

-Promova um retorno à simplicidade; 

-Converse com seu filho de coração aberto; 

-Sirva de modelo para seu filho; 

-Dê espaço para a fantasia e a brincadeira; 

-Dê limites, um ato de amor; e 

-Transmita a noção de hierarquia e de respeito ao próximo. 

Fonte: Educar para Crescer / 2014



quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Em especial para a Semana da Criança: Vamos brincar?

Brincar é mais do que entretenimento ou distração. Que tal aproveitar e resgatar algumas brincadeiras?
Criança gosta e precisa brincar. O brincar não é apenas entretenimento, é necessidade. Pelo brincar na infância desenvolve-se importantes aspectos, como cognição, motricidade, personalidade, além de habilidades sociais como aprender a dividir, comemorar, perder, ajudar. O brincar é uma forma de descoberta importante e necessária.
Em grandes cidades nossas crianças já não têm as oportunidades de vida ao ar livre como antes. Há o perigo da violência, a pouca disponibilidade de espaços que propiciam essa vivência, como parques mal conservados, lugares pequenos. Correr, subir em árvores, participar de brincadeiras que necessitam de grandes espaços já não é uma presença constante na infância nos grandes centros. Há, contudo, aspectos positivos, elas estão mais espertas no tocante a modernidade e tecnologia. Não é incomum vermos crianças de menos de 3 anos sabendo utilizar aparelhos como ipads, joguinhos eletrônicos, até mesmo controle remotos. São outros tipos de inteligência desenvolvidos. Além de que, não podemos nos esquecer, estão sujeitas a muito mais informações e conhecimentos do que outrora. As inovações tecnológicas são ótimas, porém também acabam por isolar os pequenos, cada um com seu jogo não interage tanto com os outros.
Elas precisam brincar e ampliar seu leque de possibilidades. Os brinquedos são ótimas ferramentas, assim como jogar vídeo-game, utilizar computadores e ver televisão também fazem parte. Não podemos negar o progresso, temos que acompanhá-lo. Mas que tal resgatarmos brincadeiras tradicionais? Elas também podem fazer parte do rol de escolhas e ofertas para nossos pequenos. Pode ser divertido! E sair do lugar comum. Além, claro, de manter vivas as tradições.
Há brincadeiras que não requerem muito, nem mesmo espaço. Algumas dicas:
– Lenço atrás (ou Corre cotia)
– Passa anel
– Macaco (ou o mestre) mandou
– Mímica (ou Espelho)
– Contar histórias
– Cantar
– Desenhar e colorir
– Rabo no burro
– Fabricar brinquedos com sucata (como telefone de latinha, por exemplo)
– Sombras na parede
– Brincadeiras de roda (já pararam para pensar o quão pouco as crianças fazem isso hoje em dia?)
– Estátua
– Caça ao tesouro (colocar um “tesouro” escondido e espalhar pelo lugar dicas para encontrá-lo é simples, divertido, ocupa e desenvolve o raciocínio e diversas habilidades dos pequenos)
– Pular corda (tão simples, tão à mão e tão interessante para o desenvolvimento motor)
E muito mais! As opções são inúmeras!
São dicas simples, fáceis e práticas. Uma maneira de podermos, pelo brincar, não só ocupar e entreter as crianças, mas propiciar nas suas férias momentos divertidos, diferentes para muitos, além de ajudar em seu desenvolvimento. Brincar é importante, faz parte e deve ser estimulado.
Para quem quiser ter mais idéias, há diversos sites que dão idéias de vários tipos de brincadeiras, descrevendo-as, sua importância, faixa etária entre outras informações. É só procurar.
Boas brincadeiras!

domingo, 28 de setembro de 2014

Como posso melhorar a comunicação da minha família?

A comunicação entre pais e filhos é essencial para um crescimento e desenvolvimento saudável. Uma comunicação e uma relação problemática é uma das causas de estresse tóxico que irá abalar a criança por toda a vida. Aqui estão algumas maneiras importantes para a construção de uma comunicação saudável dentro da família:
1-      Esteja disponível: Arranje tempo na agenda lotada de todos para parar e conversar sobre as coisas. Até 10 minutos por dia sem distrações para você e seu filho  se comunicarem pode fazer uma grande diferença na formação de bons hábitos de comunicação. Desligue a televisão ou rádio. Dê a sua atenção ao seu filho. Sente-se e olhe para o seu filho enquanto você fala. Aqueles poucos minutos por dia podem ser de grande valor.
2-      Seja um bom ouvinte: Quando você ouve o seu filho, você o ajuda a se sentir amado e valorizado. Pergunte ao seu filho sobre seus sentimentos sobre um assunto. Se para você não está claro sobre o que seu filho disse, repita o que você ouviu para ter certeza de que você entendeu o que ele está tentando dizer. Você não tem que concordar com o que seu filho está dizendo para ser um bom ouvinte. Compartilhar pensamentos ajuda a criança a se acalmar, para que mais tarde ela pode ouvi-lo.
3-      Mostrar empatia: Isso significa entrar em sintonia com os sentimentos de seu filho e deixá-lo saber que você o entende. Se o seu filho está triste ou chateado, um toque suave ou abraço pode deixá-lo saber que você entende esses sentimentos tristes ou ruins. Não diga ao seu filho o que ele pensa ou sente. Deixe-o expressar esses sentimentos. E não se esqueça de minimizar esses sentimentos, dizendo coisas como: “É bobagem se sentir assim”, ou “Você vai entender quando ficar mais velho.” Os sentimentos deles são reais e devem ser respeitados.
4-      Seja um bom modelo: Lembre-se, as crianças aprendem pelo exemplo. Use palavras e tons em sua voz que você quer que seu filho use. Certifique-se de que o seu tom de voz condiz com a mensagem. Por exemplo, se você rir quando disser: “Não, não faça isso”, a mensagem vai ser confusa. Seja claro em suas direções. Depois de passar a mensagem. Se você usar palavras para descrever seus sentimentos, ele vai ajudar o seu filho a aprender a fazer o mesmo. Quando os pais usam sentindo palavras, tais como, “Faz-me sentir triste quando você não vai fazer o que eu lhe pedir para fazer,” em vez de gritar ou falar mal, as crianças aprendem a fazer o mesmo.
5-      Mais dicas para melhorar a comunicação:
  • Fazer e não só mandar ou pedir;
  • Elogie seu filho sempre que puder;
  • Calmamente comunicar seus sentimentos;
  • Seja sincero;
  • Ouça atentamente o que seu filho diz;
  • Use suas vezes falando como momentos de ensino – não perca oportunidades de mostrar a sua comunicação saudável da criança;
  • Modele as atitudes que você espera do seu filho;
  • Certifique-se de que quando você está chateado com seu filho, ele saiba que é o seu comportamento que é o problema, não a própria criança;
  • Não Gritar ou ameaçar;
  • Não Mentir ou dizer a seu filho meias-verdades;
  • Não Use o silêncio para expressar sentimentos fortes. Longos silêncios assustam e confundem as crianças.
Há momentos em que todos os pais sentem que estão perdendo a paciência. No entanto, é sempre importante encontrar formas de ajudar seu filho a se comportar sem ferir seus sentimentos. Aqui estão algumas maneiras de acalmar a si mesmo quando você se sentir estressado, antes de tentar falar com o seu filho.
1-      Tome algumas respirações profundas de forma muito lenta. Espere 5 minutos antes de começar a falar com o seu filho.
2-      Tente encontrar uma palavra para identificar o que você está sentindo (como “decepção”). Diga isso a si mesmo e tenha certeza que é adequada à criança ouvir;
3-      Compartilhe seus sentimentos de frustração com o seu cônjuge ou um amigo.
4-      Não guarde rancor. Lide apenas com o presente.
5-      Procure ajuda profissional se você sentir que você perdeu o controle.
Comunicação saudável com seu filho é uma das habilidades mais importantes e gratificantes que você pode desenvolver como um pai. Ela também torna mais fácil e eficaz a educação das crianças.
Autor: Dr. José Luiz Setúbal
Fonte Comunicação saudável com seu filho (Copyright © 2003 Academia Americana de Pediatria)

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Tudo é brinquedo!



Os alunos do Espaço Ratimbum estão amando e brincando com sucatas e a imaginação deles vai além. É muito gratificante ver estes pequenos criando coisas e trazendo na brincadeira as vivências do dia a dia. Além de trabalhar vários aspecto do intelecto, social e coordenação motora. 



Nosso aluno Bernardo em um dos seus comentários disse: 

"- muito obrigada tia por dar estes brinquedos para nós." 

Objetos do dia a dia e sucata servem de estímulo para o faz de conta nas salas de aula na educação Infantil. A imaginação dos pequenos cria o resto.
Virando "gente grande" 


De fato, o mundo representativo e simbólico é típico dessa faixa etária. Na creche e na pré-escola, dos 2 aos 5 anos, jogos e brincadeiras são a principal atividade no desenvolvimento do psiquismo infantil. O assunto foi bem estudado pelo psicólogo russo Alexei Leontiev (1903-1979), um dos mais próximos colaboradores de Lev Vygotsky (1896-1934), pioneiro em relacionar a evolução intelectual às interações sociais. No livro Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem, Leontiev explica que é por meio das brincadeiras que a criança toma posse do mundo concreto dos adultos. No plano da imaginação, os pequenos realizam as tarefas de "gente grande" que vêem no dia a dia. Assim, dão conta de coisas que, na vida real, ainda não conseguem fazer. 

A escola pode e deve alimentar esse saudável apetite de faz de conta infantil. Cabe aos professores usar a criatividade para oferecer diferentes contextos e oportunidades de ampliar a fantasia. Nesse sentido, brincadeira se ensina, ao contrário do que muitos pensam. 










quarta-feira, 28 de maio de 2014

A busca pelo equilíbrio entre sedentarismo e hiperatividade



Sedentarismo e hiperatividade são termos cada vez mais usados para descrever o comportamento infantil.
Há uma grande variação dentro de cada uma dessas classificações, além de uma série de características que podem ajudar os pais a se perguntarem qual a situação de seus filhos.
Para explorar o mundo, uma criança precisa estar em movimento. Seu pensamento se traduz em ações, portanto, é normal que ela seja curiosa, queira tocar em tudo, pegar e colocar objetos na boca.
No entanto, a criança também precisa ter momentos de tranquilidade nos quais consiga ficar sentada, brincar com jogos que exijam concentração, ler ou ouvir uma história. Movimento demais pode ser um indício de hiperatividade.
Já o sedentarismo se caracteriza pela ausência ou escassez de movimento no dia a dia. Em uma sociedade cada vez mais inativa, é responsabilidade dos adultos ajudar as crianças a não serem sedentárias, incentivando sempre a prática esportiva.
O sedentarismo é normalmente associado à obesidade. Para acabar com mais esse problema, além de incentivar a prática esportiva é preciso cuidar da alimentação das crianças, reduzindo o consumo de alimentos processados e disponibilizando mais frutas e verduras.

Dicas para descobrir se seu filho é sedentário ou hiperativo:
1. Preste atenção aos hábitos familiares. É importante descobrir se seu filho é mais caseiro (vive sentado ou deitado) ou prefere brincar fora de casa.

2. Analise os hábitos alimentares de seu filho. Veja em que intervalos de tempo ele come e quais são seus alimentos preferidos. Confira também sua despensa e se os adultos da casa respeitam as regras impostas às crianças.

3. É fundamental saber quantas horas da semana a criança dedica às atividades físicas.

4. Não parar quieto, ter pouca coordenação motora e quebrar quase tudo o que toca podem ser indícios de hiperatividade

5. Descubra se seu filho se interessa por esportes.

6. Observe se prefere a criança prefere se isolar.

7. Observe quanto tempo seu filho dedica aos exercícios físicos e às atividades mais passivas, como ver TV e mexer no computador.

Se você notar qualquer comportamento preocupante, leve seu filho a um pediatra. Ele esclarecerá suas dúvidas e ajudará a criança a buscar alternativas melhores para sua saúde. Isso será fundamental para sua saúde física e emocional no futuro.

Alejandra Libenson
Psicóloga e psicopedagoga

terça-feira, 6 de maio de 2014

Pais que prejudicam a construção da AUTOESTIMA INFANTIL.

Que mãe ou pai não quer que seu filho seja completo e feliz desde o nascimento até a vida adulta? O primeiro passo para ajudá-lo a ser seguro e confiante é preocupar-se com a construção de sua autoestima: quem se sente amparado e amado no lar, com modelos de comportamento honestos e que não impõem pressão, tende a ter uma imagem de si firme o suficiente para desenvolver seus potenciais e amadurecer pleno.
Mas as atitudes de alguns pais vão na direção oposta e, em vez de serem benéficas, acabam minando a autoestima infantil. “As atitudes ensinam mais do que as palavras, as crianças modelam seu amor-próprio de acordo com as ações dos pais. Se muito do que acontece em casa as coloca para baixo, elas não constroem confiança suficiente para serem adultos que encaram o mundo de frente e enfrentam seus problemas”, afirma a psicóloga Renata Martins.
As principais frases que os pais cometem com o filho(a):
"Por que você não é igual ao seu irmão?" (Amigo, vizinho, Primo) - Cada criança é única e compará-la a outra promoverá ciúmes e rivalidade com quem poderia ser uma influência positiva.
"Você é terrível mesmo, não tem jeito!" - Essa frase é um reforço para comportamentos inadequados.
"Eu vou embora se você não parar com essa birra" -Sempre é melhor reforçar que a família tem regras que devem ser seguidas e que não serão quebradas por uma birra inadequada.
"Que feio você é por ter feito isso!"O melhor é explicar por que algo não deve ser feito sem envolver a aparência física nisso.
"Se você fizer isso errado, vou contar para seu pai/sua mãe" -  Os pais devem agir em conjunto para o filho se sentir seguro e próximo dos dois.
"Você é muito mentiroso!"Quando quiser saber se o que seu filho fala é verdade ou não, pergunte se vocês estão brincando de realidade ou de imaginação.
"Você só sabe mentir mesmo" -  Ouvir que é mentirosa pode fazer com que a criança sinta necessidade de se calar de uma vez por todas, encerrando a comunicação familiar.
"Que notas ruins, como você é burro" Estudar junto com seu filho em casa, incluindo aulas de reforço nas atividades extracurriculares, pode ser uma boa maneira de ajudá-lo a melhorar as notas.
"Você será sempre o bebê da mamãe/do papai"Essa frase passa a impressão de que a criança não terá a capacidade de ser adulta um dia.
"Deixe que eu faça, você está fazendo tudo errado!"Pais podem intervir como companheiros de atividade, não como substitutos.
“Sem uma boa autoestima, podem surgir problemas nos relacionamentos, tanto de amizade quanto amorosos, compulsão por dinheiro, distúrbios alimentares, problemas com álcool e com drogas”, afirma Ana Paula. Katia complementa que “essa pessoa tende a ser mais introspectiva, insegura ou agir de maneira prepotente e arrogante, justamente para ocultar sua imensa insegurança. Autoestima rebaixada traz consigo angústia, tensão constante e dependência”.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Por que respeitar as crianças é tão importante!

Crianças precisam de escuta sensível e delicadeza no trato. É tudo muito simples se for realmente sincero. Veja por que amá-las.

"É incômodo a gente ser pequeno. As coisas acontecem lá nas alturas, acima de nós. Talvez seja por isso que gostamos de ficar em pé ao lado dos adultos que estão sentados. Então, podemos ver os seus olhos.” 
Janusz Korczak, o maior amigo das crianças

Os adultos dizem: ‘Cansa-nos ter de privar com crianças (...). Cansa-nos, porque precisamos descer ao seu nível de compreensão’. Descer, rebaixar-se, inclinar-se, ficar curvado. Mas, na verdade, não é isto o que nos cansa, e sim o fato de termos de elevarnos até alcançar o nível dos sentimentos delas. Elevar-nos, subir, ficar na ponta dos pés, estender a mão. Para não machucá-las.”
A ternura no tratamento à infância foi uma constante na trajetória do pediatra, educador, escritor e humanista Janusz Korczak. A introdução acima, escrita para seu livro Quando Eu Voltar a Ser Criança (Summus editorial) consegue, no entanto, ser ainda mais doce ao exprimir o cuidado gentil que um adulto precisa ter com a vida que começa. Há mais do que sensibilidade
pura nas suas ideias. Janusz talvez tenha sido o maior amigo das crianças, porque soube entrar na fantasia delas, compreender-lhes a alma e porque nunca as abandonou. Em 1942, mesmo podendo salvar sua vida, o judeu polonês preferiu permanecer com um grupo de 200 órfãos retirados do gueto de Varsóvia e encaminhados para o campo de concentração de Treblinka, onde foram executados pelos nazistas. “É uma história real. Esse homem ficou com as crianças até o fim – morreu com elas – e poucas pessoas fariam isso. Além disso, sua obra transborda humanidade. Pais, jovens, educadores e cidadãos em geral deveriam ler como uma lição para a vida”, frisa Cisele Ortiz, psicóloga e coordenadora adjunta do Instituto Avisa lá, de formação continuada de educadores. “O que nos torna humanos é essa capacidade de se importar com o outro. E cada criança que amamos é uma oportunidade de nos redimirmos das nossas falhas e criar um mundo melhor.”
Esse respeito e carinho começam bem cedo. Há cerca de 60 anos, uma pediatra de Viena chamada Emmi Pikler defendeu que a criança é competente desde o nascimento. Colocava o bebê de barriga para cima num ambiente desafiador para ele próprio ir atrás dos seus interesses, como brinquedos e acessórios atrativos. Por outro lado, quando a educadora ia trocar ou alimentar a criança, estava 100% voltada para ela. Diferentemente de um trocador cheio de penduricalhos para chamar a atenção do bebê, não havia distração. O foco era o que estava acontecendo entre educador e criança. “A criança ficava tão satisfeita com a presença do educador naquele tempo de cuidado que depois, quando ia para o chão, permanecia segura. Por outro lado, no chão, ao alcançar um objeto que a atraia, ficava feliz da vida. A confiança vinha dela e da certeza de que, quando preciso, o adulto está lá para ajudá-la. Estão aí os pilares da famosa autoestima”, diz Cisele. Carinho também se expressa em momentos singelos, como ao limpar o nariz de um pequeno, ao se abaixar para ficar no nível dele ou ao dar uma bronca sem ser estúpido – você deve se lembrar como se sentia quando recebia atenção nessas horas.
Uma cultura que protege
Meninos e meninas agradecem ainda quando não jogamos o lixo na rua, não furamos a fila, não brigamos na frente deles e não os humilhamos em público. “Esses seres hipervulneráveis precisam de proteção, inclusive quando a publicidade se aproveita da falta de consciência deles para vender algo”, entende a psicóloga Laís Fontenelle, do Instituto Alana. “Por tudo isso, carecem de um cuidado maior, uma cultura de proteção. Uma rede de pessoas que olhem ao redor e se envolvam para evitar qualquer abuso”, diz Ana Maria Drummond, diretor executiva da Childhood Brasil. Só no país, segundo dados da organização, metade das crianças residem em casas cuja renda é até meio salário minimo, há 241 rotas de tráfico infantil e 1.820 pontos vulneráveis à exploração sexual.
E saber que elas são tão simples e precisam de tão pouco. “Amor, coerência nos acordos, tempo para brincar”, lembra Renata Meirelles, há mais de um ano viajando com o marido e os filhos produzindo o documentário Território de Brincar. “Crianças são caçadoras. Buscam o tempo todo uma sintonia com o universo adulto. Relacionar-se com elas é como tocar uma música,” aprendeu ela. Quem as escuta pode dizer que ouve estrelas. Ou conversa com Deus.

quinta-feira, 27 de março de 2014

DÉFICIT DE ATENÇÃO: TDAH : 8 sinais aos quais os pais devem ficar atentos



O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma doença cercada de controvérsia. Por atingir principalmente crianças, muito pais enxergam problemas onde eles não existem — sintomas isolados são comuns nesta fase da vida. Também há quem não preste atenção ao conjunto de sintomas que a caracterizam: quadros de desatenção, hiperatividade e impulsividade de maneira exacerbada. 

É preciso enfrentá-la cedo. Quando não diagnosticada e tratada, pode trazer sérios prejuízos a curto e longo prazo. Em crianças, é comum a queda no rendimento escolar, por causa de desorganização, da falta de paciência para assistir às aulas e estudar. Na fase adulta, o problema pode ser a causa de uma severa baixa auto-estima, além de afetar os relacionamentos interpessoais, uma vez que a pessoa tem dificuldades em se ajustar a horários e compromissos e, frequentemente, não consegue prestar atenção no parceiro.  
Confira abaixo oito desses sintomas que, quando aparecem com freqüência e em mais de um ambiente (escola e casa, por exemplo), podem servir como um alerta de que chegou a hora de procurar ajuda profissional.

  1. Distração: As crianças com TDAH perdem facilmente o foco das atividades quando há algum estímulo do ambiente externo, como barulhos ou movimentações. Elas também se perdem em pensamentos “internos” e chegam a dar a impressão de serem “avoadas”. Essas distrações podem prejudicar o aprendizado, levando o aluno a ter um desempenho muito abaixo do esperado.
  2. Perda de objetos: Perder coisas necessárias para as tarefas e atividades, tais como brinquedos, obrigações escolares, lápis, livros ou ferramentas, é quase uma rotina. A criança chega a perder o mesmo objeto diversas vezes e esquece rapidamente do que lhe é dado.
  3. Lição escolar: Impaciente, não consegue manter a atenção por muito tempo. Por isso tem dificuldade em terminar a tarefa escolar, pois não consegue se manter concentrada do começo ao fim, e acaba se levantando, andando pela casa, brincando com o irmão, fazendo desenhos...
  4. Movimentação constante: Traço típico da hiperatividade, é comum que mãos e pés estejam sempre em movimento, já que ficar parado é praticamente impossível. A criança acaba se levantando toda hora na sala de aula e costuma subir em móveis e em situações nas quais isso é inapropriado. Para os pais, é como se o filho estivesse “ligado na tomada”.
  5. Passeios e brincadeiras: Existe grande dificuldade em participar de atividades calmas e em silêncio, mesmo quando elas são prazerosas. Em vez disso, preferem brincadeiras nas quais possam correr e gritar à vontade. Por isso costumam ser vetados de algumas festas de aniversário ou passeios escolares.
  6. Paciência: Tendem a ser impulsivas e não conseguem esperar pela sua vez em filas de espera em lojas, cinema ou mesmo para brincar. É comum ainda que não esperem pelo fim da pergunta para darem uma resposta e que cheguem a interromper outras pessoas.
  7. Desatenção: Distraída e sem conseguir prestar atenção na conversa, dificilmente consegue se lembrar de um pedido dos pais ou mesmo de uma regra da casa. A sensação que se tem é a de que ela vive “ no mundo da lua”. É comum, portanto, que os pais acabem repetindo inúmeras vezes a mesma coisa para a criança, que nunca se lembra do que foi dito.
  8. Impulsividade: A criança com TDAH não tem paciência nem para concluir um pensamento. Assim, ela acaba agindo sem pensar e chega a ser impulsiva e explosiva em alguns momentos. Os rompantes podem ser vistos, por exemplo, durante brincadeiras com os demais colegas que culminem em brigas ou discussões.


* Fontes: Maria Conceição do Rosário, psiquiatra e professora do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Child Study Center, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, e Thiago Strahler Rivero, psicólogo do Departamento de Psicobiologia do Centro Paulista de Neuropsicologia da Unifesp

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Como estimular a criatividade das crianças!

Construir 'castelos' ou 'fortes' com o auxílio de duas cadeiras e um pano estimula a criatividade das crianças. Elas adoram e entram no faz-de-conta imediatamente.

Um cabo de vassoura vira um cavalinho, um gengibre pode ser uma boneca, algumas garrafinhas plásticas são prontamente transformadas em instrumento musical ou em pinos de um boliche improvisado. As crianças já nascem com uma tendência natural à criatividade, e só têm a ganhar, em curto, médio e longo prazo, quando os adultos estimulam essa capacidade inventiva em casa ou em passeios.

De imediato, nota-se a ampliação do repertório para lidar com as situações do dia a dia e uma elevação na autoestima. “O gesto criativo valorizado pelos pais dá às crianças a sensação de que há coisas boas dentro delas, de que suas ações são significativas, de que estar no mundo pode ser prazeroso e com sentido”, afirma a psicóloga clínica Elisa Villela, doutora em desenvolvimento humano pela Universidade de São Paulo (USP). 

Além disso, a criatividade facilita a encadeamento lógico das idéias, de referências para chegar a soluções próprias na resolução de problemas. “Essas crianças conseguem lidar com eficiência com a quantidade enorme de informações a que estão expostas diariamente por internet, televisão, filmes, livros documentários, revistas, jornais. O que fazer com tudo isso? Como relacionar ideias e criticar, construir, modificar? Elas sabem responder essas perguntas por meio de suas ações”, explica a psicopedagoga Sibyle Steponaitis. 
Estimuladas quando bebês e ao longo da infância, as pessoas carregarão tais habilidades em seu repertório por toda a vida e saberão como lançar mão da criatividade para ter bom desempenho nas mais variadas situações. “Os pais ajudam, dessa forma, a tornar seus filhos indivíduos independentes, autônomos, capazes de enfrentar desafios no futuro”, diz a psicopedagoga e coach infantil Cintia Bozza.
A brincadeira tem papel fundamental nesse estímulo à criatividade. “O brincar auxilia as múltiplas inteligências e o desenvolvimento infantil de forma globalizada, em seus aspectos biopsicocognitivo e social. Possibilita dar novos significados ao que é apresentado, estabelecer um espaço no qual é preciso argumentar, negociar, trocar e regular as ações individuais e coletivas. Enfim, permite que se manifeste o ‘ser criativo’.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Educando crianças autoconfiantes

O amor incondicional dos pais nos primeiros anos de vida da criança é o combustível que alimenta sua autoconfiança para que possa crescer cada vez mais independente e feliz.
Como posso ajudar meu filho a se sentir mais seguro e ganhar autoconfiança?
A tarefa de criar e educar está presente em todas as ações que realizamos cotidianamente com nossos filhos.
Dependendo da forma como os criamos, alimentamos, reagimos diante de seus pedidos ou nos dirigimos a eles, transmitimos nossa maneira de pensar e também uma mensagem de carinho.
Desde bebês, eles observam o que fazemos e tentam nos imitar. Nada escapa ao seu olhar, e por isso é importante transmitir a eles mensagens claras e coerentes, para que possam conhecer o mundo com segurança e independência.
Ver um filho crescer seguro, independente e confiante é uma das maiores conquistas que os pais podem almejar.
Como uma criança aprende a confiar em si mesma?
A autoconfiança se desenvolve quando os adultos estimulam a capacidade da criança, valorizando suas conquistas, enfatizando que seus erros e dificuldades fazem parte do crescimento, e portanto, não obscurecem o orgulho e o amor dos pais.
O objetivo principal consiste em ensiná-las que podem tomar suas próprias decisões, e portanto, que podem cometer erros – e também repará-los, modificar um comportamento e tentar realizar mais uma vez o que não fizeram corretamente.
Se o olhar dos pais for crítico demais, antecipando os movimentos da criança e enfatizando sua incapacidade de resolver algum problema sozinha e com rapidez, impedirão que a autoconfiança se manifeste e se desenvolva.
Além disso, se os pais resolverem todos os problemas da criança, ela se tornará vulnerável e duvidará de sua capacidade de fazer as coisas.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O que é resiliência e como ela se manifesta nas crianças?


O que é resiliência?
Resiliência é a capacidade humana de lidar com as adversidades da vida, vencer e se transformar de uma maneira positiva.
As mudanças sempre produzem um desequilíbrio e, dependendo da capacidade de resiliência do indivíduo, são vividas com mais ou menos temores e dúvidas.
Mas as mudanças nem sempre são ruins. É um mito supor que algo ruim acontece sempre que uma situação estável muda. A transitoriedade faz parte da vida, e é fundamental ensinar as crianças a enfrentar as mudanças com tranquilidade.

Dito isto, é muito importante:
- Adaptar-se às novas situações.
- Desenvolver a abertura a mudanças. Por exemplo, o nascimento de um irmão, a perda de uma pessoa querida, uma mudança de casa ou de escola, ou uma separação.
- Aprender a ser flexível e escutar as alternativas em cada situação, sem defender uma posição rígida de antemão.
- Ser criativo. Ser capaz de recriar uma situação e transformá-lo em algo bom, apesar de pressupor uma mudança.
- Aceitar o que acontece e não resistir diante do inevitável. A partir da aceitação, surgem as soluções.
- Cultivar a tolerância ao novo. Nada acontece de um dia para o outro, e é preciso dar tempo às crianças para que encontrem sua forma e seu ritmo de se adaptar às novas situações.
- Por fim, contar a experiência de mudanças anteriores também ajuda as crianças a lidar com o inesperado.

Acompanhar seus filhos de perto e se antecipar a possíveis situações os ajuda a desenvolver a resiliência. Só assim eles poderão vivenciar qualquer situação que se apresente com bom senso e responsabilidade.

Alejandra Libenson
Psicóloga e Psicopedagoga
Especialista em Educação Infantil

domingo, 10 de novembro de 2013

O que é a inteligência espacial?

Como perceber se a criança tem facilidade para a inteligência espacial? Como reconhecê-la?

As imagens são muito importantes para as crianças. São formas de comunicação gráfica que transmitem expressões e sensações, antes mesmo das palavras. Vivemos na era da imagem, e as crianças não vivem à parte delas, muito pelo contrário.

Tanto em casa como na escola, as crianças estão em contato permanente com computadores e com uma série de meios audiovisuais, seja para entretenimento ou educação. Por isso, é muito importante valorizar a inteligência espacial, diferenciando-a da visual. 

Todas as crianças possuem inteligência espacial, mas em algumas essa habilidade é mais desenvolvida. É provavelmente o caso de pilotos, marinheiros, cirurgiões, atletas, pintores e escultores, que provavelmente a apresentam desde a infância. 

Como saber se uma criança possui inteligência espacial bem desenvolvida? Em geral, ela apresenta as seguintes características:

-Tem facilidade de reconhecer lugares, cartazes, rostos, objetos e paisagens.
-Tem boa memória visual.
- Quando começa a andar sozinha, movimenta-se com precisão, respeitando espaços e limites, observando os trajetos que deve realizar e se divertindo com jogos que estimulam essa habilidade.
-Tem boa orientação espacial e facilidade para falar sobre o assunto.
-É organizada na hora de estudar. Faz esquemas, desenhos e tabelas para facilitar o estudo e a aprendizagem.
-Gosta de pintar e desenhar, de criar esculturas e de trabalhar com diversos materiais.
-Aprende observando. Retém a informação e consegue reproduzi-la graficamente.
-Reconhece as partes e o todo, tem facilidade para montar objetos e é capaz de distinguir o principal do secundário.

Se os pais identificam essas características, é porque a inteligência espacial se manifesta de forma especial em seus filhos.