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quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Trate os seus filhos com cuidado porque são feitos de sonhos!


A infância tem o seu próprio ritmo, a sua própria maneira de sentir, ver e pensar. Poucas pretensões podem ser tão erradas como tentar substituí-la pela forma como nos sentimos, vemos ou pensamos, porque as crianças nunca serão cópias dos seus pais. As crianças são filhas do mundo e são feitas de sonhos, esperanças e ilusões que se acumulam nas suas mentes livres e privilegiadas.

Há alguns meses saiu uma notícia que nos desconcerta e nos convida a refletir. No Reino Unido, muitas famílias preparam as suas crianças de 5 anos para que aos 6 possam fazer um teste, que lhes permite ter acesso às melhores escolas. Um suposto “futuro promissor” pode causar a perda da infância.
De que adianta uma criança saber os nomes das luas de Saturno, se não sabem como lidar com a sua tristeza ou raiva? Eduquemos crianças sábias nas emoções, crianças cheias de sonhos, e não de medos.
Hoje em dia, muitos pais continuam com a ideia de “acelerar” as habilidades de seus filhos, de estimulá-los cognitivamente, colocá-los para dormir ao som de Mozart enquanto ainda estão no útero. Pode ser que essa necessidade de criar filhos aptos para o mundo esteja a educar filhos aptos apenas para si mesmos. Criaturas que com apenas 5 ou 6 anos sofrem o stress de um adulto.



terça-feira, 13 de agosto de 2019

Até que ponto atrasos nos marcos do desenvolvimento são normais?


Os atrasos mais frequentes na prática clínica, sem relação com nenhuma outra condição de saúde, são de fala e de marcha
Quem é pai ou mãe já deve ter ouvido a afirmação de que cada criança tem seu tempo para atingir os marcos do desenvolvimento, como sentar, engatinhar, andar, falar, desfraldar e se tornar cada dia mais independente. As crianças passam por diferentes períodos de desenvolvimento ao longo da infância graças a diversas mudanças no cérebro, responsáveis pela aquisição de novas habilidades, conhecidas como “marcos do desenvolvimento”.
Segunda Dra. Karina Weinmann, neuropediatra, os marcos do desenvolvimento são determinados geneticamente. Entretanto, outros fatores influenciam no modo como a criança se desenvolve, como os ambientais e os sociais. “Há crianças que andam mais cedo, outras que falam mais tarde e assim por diante. O desenvolvimento infantil é um processo único e depende dos estímulos oferecidos”, explica.
O que é considerado um atraso no desenvolvimento? 
O atraso no desenvolvimento é uma defasagem entre a idade cronológica da criança e a idade correspondente às aquisições esperadas. Exemplo: espera-se que a criança aos dois anos de idade já combine duas palavras. Se isso não acontece, já é considerado um atraso. Espera-se que a criança esteja caminhando até os 18 meses, se não o faz também é considerado um déficit no desenvolvimento.
O que pode causar atrasos no desenvolvimento infantil?
Há várias causas para a criança apresentar atrasos em seu desenvolvimento, como o autismo e a deficiência intelectual. Mas, quando não há diagnóstico nenhum que explique essa defasagem, as razões podem ser ambientais e sociais. “Os pais precisam desde cedo conversar com o bebê. A excessiva exposição à televisão ou a aparelhos eletrônicos, como tablets e celulares, por exemplo, pode interferir no desenvolvimento da fala”, diz a neuropediatra.
Segundo Dra. Karina, mães muito ansiosas, que falam pela criança quando percebem que há dificuldade, também podem prejudicar o processo de aprendizado da fala. “Quando a criança apontar para um objeto, deve ser estimulada a falar o nome do mesmo. Os pais devem usar a linguagem normal para conversar com a criança, sem usar a “língua dos bebês” ou diminutivos. Também devem corrigir quando a criança fala errado”, diz.
Quanto à marcha, a ansiedade dos pais e o temor da criança se machucar também podem interferir nessa etapa do desenvolvimento. “Se a criança caiu uma vez ao tentar andar pode se sentir insegura de fazer novamente, por isso cabe aos pais estimular a caminhada até que a criança se torne independente e consiga fazer sozinha. Não tem jeito, nessa fase é preciso ter paciência e coração forte, claro com responsabilidade, mas joelhos ralados e tombos fazem parte”, comenta a médica.
“É fundamental conhecer as fases do desenvolvimento e o que é esperado em cada uma delas para garantir que a criança alcance seu potencial máximo e também para que os pais percebam, precocemente, se há algum atraso importante que deve ser investigado. É muito importante que os pais procurem ajuda de médicos e fiquem atentos à criança. Vemos que na internet as informações se propagam com muita facilidade e acabam se tornando “verdades” que podem prejudicar o desenvolvimento infantil, cada criança tem seu tempo sim, mas dentro dos marcos esperados”, conclui Dra. Karina. 

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

O QUE É DISLEXIA ?

A palavra dislexia é derivada do grego "dis" (dificuldade) e "lexia" (linguagem).
Dislexia é uma falta de habilidade na linguagem que se reflete na leitura.
Dislexia não é causada por uma baixa de inteligência. Na verdade, há uma lacuna inesperada entre a habilidade de aprendizagem e o sucesso escolar. O problema não é comportamental, psicológico, de motivação ou social.
Dislexia não é uma doença, é um funcionamento peculiar do cérebro para o processamento da linguagem. As atuais pesquisas, obtidas através de exames por imagens do cérebro, sugerem que os disléxicos processam as informações de um modo diferente. Pessoas disléxicas são únicas; cada uma com suas características, habilidades e inabilidades próprias.

Sinais Comuns de Dislexia

Na Educação Infantil
  • Falar tardiamente
  • Dificuldade para pronunciar alguns fonemas
  • Demorar a incorporar palavras novas ao seu vocabulário
  • Dificuldade para rimas
  • Dificuldade para aprender cores, formas, números e escrita do nome
  • Dificuldade para seguir ordens e seguir rotinas
  • Dificuldade na habilidade motora fina
  • Dificuldade de contar ou recontar uma história na seqüência certa
  • Dificuldade para lembrar nomes e símbolo
Na Classe de Alfabetização e 1ª série do Ensino Fundamental
  • Dificuldade em aprender o alfabeto
  • Dificuldade no planejamento motor de letras e números
  • Dificuldade para separar e sequenciar sons (ex: p – a – t – o )
  • Dificuldade com rimas (habilidades auditivas)
  • Dificuldade em discriminar fonemas homorgânicos (p-b, t-d, f-v, k-g, x-j, s-z)
  • Dificuldade em seqüência e memória de palavras
  • Dificuldade para aprender a ler, escrever e soletrar
  • Dificuldade em orientação temporal (ontem – hoje – amanhã, dias da semana, meses do ano)
  • Dificuldade em orientação espacial (direita – esquerda, embaixo, em cima...)
  • Dificuldade na execução da letra cursiva
  • Dificuldade na preensão do lápis
  • Dificuldade de copiar do quadro

O que Fazer?

Na Educação Infantil
Mediante uma dificuldade específica de leitura e escrita, deve-se procurar profissionais especializados na área, para que sejam realizadas avaliações pertinentes a um caso de dislexia. Na busca de um diagnóstico preciso e do planejamento para uma intervenção e remediação, um completo diagnóstico diferencial deve ser administrado, considerando a totalidade da síndrome da dislexia. É necessário verificar se é uma dislexia propriamente dita, ou se é um atraso no desenvolvimento da leitura decorrente de fatores adversos como uma deficiência sensorial ou atraso cognitivo. No entanto, há casos em que podem ocorrer comorbidades, ou seja, mais de um transtorno ao mesmo tempo. Um exemplo disso é a presença da dislexia associada a um quadro de Transtorno de Déficit de Atenção (mais comumente conhecido pelo frequente sintoma da hiperatividade). Nesses casos, uma avaliação médica faz-se necessária.
Além de verificar os sinais clássicos (se reportar à janela Dislexia de A à Z deste site), devem ser investigadas áreas referentes a:
  • capacidades de linguagem
  • capacidades oral e escrita (em termos de processamento - o mecanismo da leitura e da escrita; e de uso em contexto - interpretação ou elaboração de textos).
  • funções cognitivas superiores como a atenção, memória e percepção (sobretudo auditiva e visual).
  • aspectos psicomotores e grafomotores (relacionados, por exemplo, aos sintomas como dificuldade de orientação ou lateralidade e às alterações gráficas da escrita).
  • histórico familiar (há estudos que relatam alterações linguísticas diversas, alcoolismo, problemas de tireóide, e outras, em ascendentes de disléxicos).
Estas áreas são utilizadas nas avaliações de fonoaudiologia, e se complementam com as avaliações neuropsicológica e de psicologia cognitiva. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico de Dislexia, maiores serão as chances de tratamento especializado ou adequado, minimizando, assim, as conseqüências das dificuldades escolares e/ou sociais. Entretanto, a intervenção pode ser iniciada em qualquer idade, o que certamente tem muito a contribuir para o sucesso do indivíduo disléxico.

FONTE: http://www.andislexia.org.br/ PARA MAIORES INFORMAÇÕES.

sábado, 8 de junho de 2019

Os limites da bronca!

Se seu filho insiste em desobedecer, você pode estar falando o que não devia. 

Veja 9 frases vetadas por especialistas.

Pais devem entender o efeito das frases na hora da bronca!

Na luta por colocar limites em seus filhos, pais podem notar que algumas táticas estão longe de causar o efeito necessário. Na verdade, algumas atitudes chegam a acarretar o resultado contrário. Antes de culpar as crianças, os pais devem prestar atenção se estão dando bronca direito – e “direito” não significa com cara de bravo ou com ameaças assustadoras. Muito pelo contrário. 

Ações como gritar excessivamente e bater são vetadas por psiquiatras, psicólogos e psicopedagogos. De acordo com Içami Tiba, autor de “Disciplina: Limite na Medida Certa” (Integrare Editora), as crianças aprendem com o que os pais fazem. Se eles batem na criança, “o filho aprende a linguagem da violência”. A psicopedagoga Larissa Fonseca afirma que tanto gritar quanto bater demonstram falta de controle pessoal dos pais, o que é bastante danoso para a criança. “Gritar é mostrar que a criança te afetou – e ela adora isso”, afirma Larissa.
Leila Tardivo, professora do Instituto de Psicologia da USP, explica que as crianças, como todas as pessoas, precisam de atenção. “Se os pais só olham para a criança quando ela faz algo de errado, ela continuará fazendo isso”, fala. Na opinião de Dora Lorch , psicóloga e autora do livro “Superdicas para educar bem seu filho” (Editora Saraiva), educar é passar por certos desconfortos. Ou seja, dar bronca é chato e prometer um chocolate para a criança parar de chorar parece bem mais fácil. Só que os pais precisam estar preparados para se posicionar quando as desobediências acontecem.
Mas como se posicionar corretamente? Consultamos especialistas que resumiram 9 frases que não devem ser ditas para a criança.
1. “Não te amo mais”
“A criança é muito mais frágil que o adulto. Tudo que se fala ganha uma dimensão maior”, comenta Dora Lorch. Portanto, ouvir uma frase destas da boca dos pais pode causar estragos. Larissa Fonseca explica que esta falta de aceitação pode ser muito forte. “A criança não consegue entender a complexidade do mundo, e alguns adultos não têm consciência disso”, diz Larissa.
2. “Você é feio”

segunda-feira, 20 de maio de 2019

NÃO FAÇA PELA CRIANÇA O QUE ELA PODE EXECUTAR SOZINHA!

Um estudo realizado por uma equipe de pesquisadores da área de psicologia, antropologia e sociologia da Universidade da Califórnia, analisou famílias de classe média em seu dia a dia (não em “laboratório”) e chegaram a conclusões que não permeiam só o ambiente norte americano, mas sim uma realidade para famílias que tem pouco tempo para seus filhos.

O estudo mostra que cada vez mais as crianças estão dependentes de seus pais, que os tratam como sendo “centro das atenções”.

Percebemos não só nos Estados Unidos, local do estudo, que com um dia a dia cada vez mais agitado, pais e mães com no máximo 4h/dia de tempo útil com seus filhos (acordados, quando podem ensinar), a culpa reina. E muitos, quando estão com as crianças, ficam mais tendenciosos proporcionar alegrias, fazer tudo aos seus filhos (mesmo o que eles podem fazer sozinhos) do que ensiná-los responsabilidade, por falta de tempo com elas. Superprotegem ao invés de dar-lhes independência.


Não estou generalizando. Conheço muitos que trabalham – e muito – fora e ainda assim prezam por disciplinar seus filhos, mesmo em 3-4 horas por dia em que estão juntos. Priorizam isso à fazer a vontade dos pequenos, o que é muito custoso a eles, afinal muitas vezes que educar muitas vezes implica em desagradar e dói desagradar em tão pouco “tempo líquido” juntos.

Apesar de conhecer muitos pais conscientes, não é a grande maioria que tem esse comportamento responsável perante a formação do caráter de seu filho e, infelizmente, passam a “tarefa chata” para outra pessoa resolver no dia seguinte, o que nem sempre é tão efetivo quanto se os pais o fizessem.

Quem educa é pai e mãe, não babá e escola. Estes tem que ser responsáveis por tomar conta e continuar a educação iniciada em casa pelos pais.
Mesmo levando em consideração que educar implica em desagradar a criança, não concordo com aqueles que entendem que educar implica em impor tudo, desrespeitando os sentimentos da criança em itens que não necessariamente precisam ser negligenciados. Criança não é um quintal nosso, onde fazemos o que queremos. É um ser único que deve ser preparado para o mundo, não para nossas vontades e caprichos.

Respeito minha filha em seus sentimentos, mas não faço todas as suas vontades. Ela tem obrigação de ser educada, cumprimentar, falar bom dia, agradecer, pedir licença, arrumar seus brinquedos após brincar, comer, escovar os dentes, tomar banho,… Mas o que diz respeito a ela, como ser único em formação, não me acho no direito de intervir: ela é mais tímida, quieta, não preciso obriga-lá a fazer algo que não é da natureza dela só para agradar os outros. Preciso orientá-la a viver bem e feliz em sociedade, dando-lhe auto confiança e saúde emocional.

E, ao contrário do que muitos pensam, por saúde emocional não se deve entender fazer tudo o que a criança quer é muito menos fazer tudo por ela, mas sim mostrar que ela é capaz de fazer as coisas sozinha!

Ela tem obrigação de escovar os dentes, né? Se ela consegue escovar sozinha, por que vou ficar escovando para ela. Isso faz com que a criança adquira confiança e responsabilidade.

E por responsabilidade, acho que podemos começar em casa desde muito cedo. Dar funções a crianças que elas são plenamente capazes de cumprir e, se não o fizerem, outras pessoas da casa sofrerão as consequências. Isso é um jeito simples e no aconchego do lar de mostrar desde cedo que o que um deixa de fazer, joga para as costas do outro. Ou seja, sua preguiça implicará em sobrecarregar o outro.
Ninguém aqui está propondo que você peça para seu filho limpar a casa enquanto você fica de pernas para o ar lendo jornais. Mas sim propor algumas pequenas tarefas que ele já poderá executar a partir dos 2 anos de idade, conforme tabelinha abaixo. Lembrando que eles estão aprendendo e isso implicará SUPERVISÃO DE UM ADULTO.



Lembrem-se: a gente ensina valores através de exemplos e dentro de casa. Educar não é fácil e está longe de ser fazer tudo pela criança. Mesmo criando com apego, como tenho muita simpatia, também prevê que devemos ensinar responsabilidades.



Então, vamos arregaçar as mangas, não importa o tempo que você tenha com seus filhos, e mãos à obra: ensinar senso de significância, responsabilidade de seus pequenos afazeres, cordialidade…

Além de estar educando para o mundo, essas pequenas atitudes são excelentes maneiras de combater o egocentrismo inerente às crianças e criar com sólida base em auto-confiança!

segunda-feira, 6 de maio de 2019

Ansiedade na Infância: Como Identificar e o Que Fazer?

Estar ansioso significa sentir-se preocupado, nervoso ou temeroso.

Quando você se sente ameaçado ou em perigo real, a ansiedade age como um sistema de alarme para mantê-lo longe do dano. Todos nós experimentamos ansiedade às vezes e ela pode inclusive ser útil em determinados momentos. Por exemplo, ficar ansioso antes de fazer um teste ou entrevista ou de falar em público pode servir como estímulo para nos preparamos melhor para essas ocasiões.

Com as crianças não é diferente: elas têm medo e ansiedade com freqüência. Contudo, a maioria dos medos e ansiedades infantis são normais – muitas vezes decorrentes do processo de aprendizagem em cada fase – e é comum que desapareçam naturalmente. Você se lembra de quando aprendeu a andar de bicicleta ou de quando amarrou o tênis pela primeira vez? Lembra-se das primeiras palavras lidas, das primeiras frases? Certamente esses desafios geraram muita ansiedade; mas, vencido o obstáculo, a inquietude deu lugar ao prazer.

A ansiedade passa a ser um problema quando se torna disfuncional e impede a criança de realizar tarefas simples, como dormir, brincar com outra criança ou ir à escola. Nesses casos, pode-se falar em transtornos de ansiedade, os problemas de saúde mental mais comuns entre crianças e jovens – 20% das crianças apresentam ou apresentarão algum traço ansioso.
Afinal, como saber se meu filho é ansioso?

Antes de julgar que a ansiedade está se tornando um problema, é importante ficar atento aos sinais e levar em conta a idade e a fase pela qual a criança está passando. Crianças tímidas, que sentem muito medo, fazem muita birra, regridem a fases anteriores – começam a fazer xixi na roupa, por exemplo – ou roem as unhas possivelmente são crianças ansiosas. Embora seja natural crianças apresentarem essas atitudes em determinadas circunstâncias, se você notar que, em quase todas as situações, seu filho reage de um modo “diferente” do esperado para a idade dele, é provável que tenha um traço de ansiedade.

Mas atenção: não rotule seu filho, aluno ou qualquer criança sob seus cuidados de portador de algum transtorno. O diagnóstico só pode ser emitido depois de verificada a recorrência de episódios de ansiedade dentro de um determinado período. Além disso, caso a recorrência seja observada e identifique-se que a criança possui um traço ansioso, convém procurar um profissional, pois talvez seja necessário intervir com medicação.

Tipos de transtornos de ansiedade:
Existem cinco tipos de transtorno de ansiedade. Informar-se sobre cada um deles pode auxiliar os pais a detectá-los.

Transtorno de Ansiedade de Separação: As crianças podem ficar assustadas quando têm de se separar dos pais – geralmente quando começam a frequentar a escola. É normal que crianças pequenas tenham medo de ficar com um desconhecido, mas elas conseguem adaptar-se facilmente. A criança com ansiedade de separação, contudo, tem dificuldade para se adaptar. Para ela, algo aparentemente simples como passar do quarto dos pais para um quarto separado pode ser um desafio.

Crianças com transtorno de ansiedade de separação podem: 
Recusar-se a ir à escola 
Chamar muitas vezes os pais para irem para casa – muitas passam a urinar ou evacuar nas roupas 
Chorar e se apegar a um professor 
Fazer birras constantemente 
Negar-se a ir para a cama à noite 
Não comer 
Imaginar que algo ruim poderá acontecer com os pais 
Queixar-se de sintomas físicos antes, durante e após a separação 

Transtorno de Ansiedade Social (ou Fobia Social): Uma criança com transtorno de ansiedade social experimenta muita preocupação e temor ao interagir com outras pessoas e fica ansiosa quando é (ou pensa que é) o centro das atenções. Essa criança tem um forte medo de se sentir constrangida e de que outras pessoas pensem mal dela. Aflige-se com coisas simples, como vestir a “roupa errada” ou falar algo inapropriado.

Crianças com transtorno de ansiedade social podem evitar diversas circunstâncias, dentre elas: 
Conversar com colegas ou adultos 
Ir a eventos sociais como festas de aniversário 
Falar ao telefone 
Fazer apresentações em público 
Freqüentar a escola 
Comer em público 
Usar banheiros públicos 

Fobias específicas: Crianças com fobias específicas têm medo excessivo de certas situações ou objetos. Seu medo é mais forte do que o perigo real representado por eles. Elas se esforçam para evitar o contato com o que temem.

Situações específicas: pontes, transportes (andar de carro, voar em aviões), espaços fechados (elevadores, túneis)

Ambientes: lugares escuros, tempestades, alturas, água

Animais: cães, aranhas, cobras, insetos (besouros, abelhas)

Fobias ligadas à saúde: injeções, agulhas, hospitais, consultórios odontológicos, vômito, asfixia


Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): Crianças com TAG apresentam preocupações frequentes e difíceis de controlar com relação a diferentes aspectos da vida. Elas estão a todo o tempo imaginando possíveis perigos (“E se não der certo? E se eu não for capaz? E se acontecer isto? E se acontecer aquilo?”) E precisam de reafirmação constante (“Você tem certeza de que minha lição de casa está certa?”) São comumente descritas como inseguras e perfeccionistas.

Elas tendem a se preocupar com muitas coisas, tais como: 
Desempenho escolar 
Fazer as coisas com perfeição 
Opinião das pessoas a respeito delas 
Catástrofes mundiais (desastres, doenças, guerras, fenômenos climáticos) 
Doenças (contrair AIDS, gripe suína; padecer de câncer) 
Segurança e bem-estar dos entes queridos (família, amigos, animais de estimação) 
Segurança ou dano (roubo, acidente, morte) 
Finanças da família 
Situações do dia-a-dia (o que vestir, para onde ir) 

Transtorno do pânico: Crianças com transtorno do pânico têm ataques de pânico inesperados que incluem muitos sintomas físicos, tais como: 
Tontura 
Coração disparado 
Tremores 
Náusea ou dor de estômago 
Sudorese 
Falta de ar 

Elas podem estar com medo de que algo ruim ocorra em decorrência do ataque de pânico. Temem, por exemplo, desmaiar, ficar loucas ou até mesmo morrer. Um traço distintivo do transtorno do pânico é o pavor de que ocorram novos ataques de pânico inesperados.

Crianças com transtorno de pânico podem sentir medo extremo em determinados lugares ou em situações que associam aos ataques de pânico, como lugares lotados ou espaços fechados, como elevadores. Esse medo pode levá-los a evitar tais lugares ou situações e é chamado de agorafobia.
O que fazer?

Primeiramente, você, pai ou mãe, precisa observar se o seu comportamento está gerando a ansiedade em seu filho. Manter a calma quando seu filho está aflito por conta de uma situação ou evento é muito importante. Pais ansiosos, filhos ansiosos.

Preste atenção aos sentimentos de seu filho. As crianças – mesmo os bebezinhos – tendem a ficar ansiosas, entediadas. Ajude seu filho a dar nome aos sentimentos: não os menospreze. Por exemplo, muitas crianças têm medo de ir ao dentista. Esse medo gera ansiedade. Ao invés de repreender, diga: “Eu sei que você está com medo, e isso é bom. Eu estou aqui e vou ajudá-lo a passar por isso.”

Uma sugestão: há diversos livros e jogos educativos que auxiliam as crianças a nomear os sentimentos. Compre ou crie algo que possa auxiliar seu filho nisso.

Reconheça e elogie pequenas realizações. Esse gesto vale mais que muitos presentes, acredite. As crianças, ao realizar uma tarefa, fazem-no porque os pais querem e esperam delas algum resultado. Ou seja, elas vivem para fazer os pais felizes. Quando conseguem e são reconhecidas, sentem-se ainda mais amadas e seguras.

Mantenha uma rotina em casa, mas seja flexível. A rotina é fundamental na vida de qualquer pessoa, especialmente na infância. Ter hora para tomar banho, para dormir, para comer e para brincar gera um sentimento de previsibilidade nas crianças. Mas há dias em que as coisas não acontecem da forma como planejamos – a criança adoeceu ou não dormiu bem à noite, apareceu uma visita repentina em casa, etc. Quando isso ocorre, tendemos à frustração e à ansiedade. Ao ficarmos assim, deixamos o “ambiente pesado” e as crianças têm a sensibilidade suficientemente aguçada para percebê-lo. Se você ficar ansioso ou irritado, seu filho perceberá, além de notar a forma como você lida com os próprios sentimentos – e é bem provável que ele o imite.

Observe o temperamento de seu filho e a forma como ele reage em cada situação. Esse é um fator importante, pois ajudará você a compreender e auxiliar a criança de maneira assertiva. Os temperamentos são quatro: fleumático, sangüíneo, colérico e melancólico – no próximo artigo falarei sobre eles.

Por fim, ajude seu filho a enfrentar as situações que geram ansiedade. Afinal, tais circunstâncias o acompanharão por toda a vida. Muitas vezes, numa tentativa de proteger os pequenos, os pais se esforçam por evitar as situações e lugares que geram ansiedade nos filhos. Na verdade, deveriam ajudá-los a enfrentar os medos e, assim, reduzir a ansiedade.

Para finalizar, deixo aqui a dica de algumas atividades práticas e muito eficazes que poderão ajudar a controlar a ansiedade de seu filho: faça com ele a lição do silêncio e as atividades de vida prática.



sexta-feira, 29 de março de 2019

“Há uma tragédia silenciosa em nossas casas”


Vale a leitura...
Há uma tragédia silenciosa que está se desenvolvendo hoje em nossas casas e diz respeito às nossas joias mais preciosas: nossos filhos. Nossos filhos estão em um estado emocional devastador! Nos últimos 15 anos, os pesquisadores nos deram estatísticas cada vez mais alarmantes sobre um aumento agudo e constante da doença mental da infância que agora está atingindo proporções epidêmicas.

As estatísticas:
-1 em cada 5 crianças tem problemas de saúde mental;
-um aumento de 43% no TDAH foi observado;
-um aumento de 37% na depressão adolescente foi observado;
-um aumento de 100% na taxa de suicídio foi observado em crianças de 10 a 14 anos.

O que está acontecendo e o que estamos fazendo de errado?
As crianças de hoje estão sendo estimuladas e superdimensionadas com objetos materiais, mas são privadas dos conceitos básicos de uma infância saudável, tais como:
-pais emocionalmente disponíveis;
-limites claramente definidos;
-responsabilidades;
-nutrição equilibrada e sono adequado;
-movimento em geral, mas especialmente ao ar livre;
-jogo criativo, interação social, oportunidades de jogo não estruturadas e espaços para o tédio.

Em contraste, nos últimos anos as crianças foram preenchidas com:
– pais digitalmente distraídos;
– pais indulgentes e permissivos que deixam as crianças “governarem o mundo” e sem quem estabeleça as regras;
– um sentido de direito, de obter tudo sem merecê-lo ou ser responsável por
obtê-lo;
– sono inadequado e nutrição desequilibrada;
– um estilo de vida sedentário;
– estimulação sem fim, armas tecnológicas, gratificação instantânea e ausência de momentos chatos.

O que fazer?
Se queremos que nossos filhos sejam indivíduos felizes e saudáveis, temos que acordar e voltar ao básico. Ainda é possível! Muitas famílias veem melhorias imediatas após semanas de implementar as seguintes recomendações:
– Defina limites e lembre-se de que você é o capitão do navio. Seus filhos se sentirão mais seguros sabendo que você está no controle do leme.
– Oferecer às crianças um estilo de vida equilibrado, cheio do que elas PRECISAM, não apenas o que QUEREM. Não tenha medo de dizer “não” aos seus filhos se o que eles querem não é o que eles precisam.
– Fornecer alimentos nutritivos e limitar a comida lixo.
– Passe pelo menos uma hora por dia ao ar livre fazendo atividades como: ciclismo, caminhadas, pesca, observação de aves/insetos.
– Desfrute de um jantar familiar diário sem smartphones ou tecnologia para distraí-lo.
– Jogue jogos de tabuleiro como uma família ou, se as crianças são muito jovens para os jogos de tabuleiro, deixe-se guiar pelos seus interesses e permita que sejam eles que mandem no jogo.
– Envolva seus filhos em trabalhos de casa ou tarefas de acordo com sua idade
(dobrar a roupa, arrumar brinquedos, dependurar roupas, colocar a mesa, alimentação do cachorro etc.).
– Implementar uma rotina de sono consistente para garantir que seu filho durma o suficiente. Os horários serão ainda mais importantes para crianças em idade escolar.
– Ensinar responsabilidade e independência. Não os proteja excessivamente
contra qualquer frustração ou erro. Errar os ajudará a desenvolver a resiliência e a aprender a superar os desafios da vida.
– Não carregue a mochila dos seus filhos, não lhes leve a tarefa que esqueceram, não descasque as bananas ou descasque as laranjas se puderem fazê-lo por conta própria (4-5 anos). Em vez de dar-lhes o peixe, ensine-os a pescar.
– Ensine-os a esperar e atrasar a gratificação.
Fornecer oportunidades para o “tédio”, uma vez que o tédio é o momento em que a criatividade desperta. Não se sinta responsável por sempre manter as crianças entretidas.
– Não use a tecnologia como uma cura para o tédio ou ofereça-a no primeiro segundo de inatividade.
– Evite usar tecnologia durante as refeições, em carros, restaurantes, shopping centers. Use esses momentos como oportunidades para socializar e treinar cérebros para saber como funcionar quando no modo “tédio”.
– Ajude-os a criar uma “garrafa de tédio” com ideias de atividade para quando estão entediadas.
– Estar emocionalmente disponível para se conectar com crianças e ensinar-lhes autorregulação e habilidades sociais.
– Desligue os telefones à noite quando as crianças têm que ir para a cama para evitar a distração digital.
– Torne-se um regulador ou treinador emocional de seus filhos. Ensine-os a reconhecer e gerenciar suas próprias frustrações e raiva.
– Ensine-os a dizer “olá”, a se revezar, a compartilhar sem se esgotar de nada, a agradecer e agradecer, reconhecer o erro e pedir desculpas (não forçar), ser um modelo de todos esses valores.
– Conecte-se emocionalmente – sorria, abrace, beije, faça cócegas, leia, dance, pule, brinque ou rasteje com elas.

E compartilhe se você percebeu a importância desse texto!

Fonte: Revista Pazes / Centro de Educação Integrada Ltda.


terça-feira, 13 de março de 2018

Atividades extracurriculares para crianças:Cuidados básicos na hora de decidir.

A vida no mundo cotidiano é caracterizada por uma agenda atribulada, dia a dia cheio de compromissos e uma pitada de estresse. Além disso, raramente há tempo para o descanso e o lazer. Como os pais já se acostumaram a esse estilo de vida, alguns acham normal matricular seus pequenos em diversas atividades extracurriculares para crianças.

Ter atividades fora da escola é muito importante para o desenvolvimento, visto que nelas a criança exercitará os grupos musculares, desenvolverá habilidades, disciplina e socializará com outras crianças, além de preencher o tempo ocioso em casa.

No entanto, exageros podem ser prejudiciais para a saúde. Saiba, neste post, a importância de não sobrecarregar os seus filhos com excesso de atividades e como planejar uma rotina adequada para eles. 

Tenha cuidado com o excesso.

Praticar atividades é extremamente benéfico em todas as idades, mas, principalmente na infância, elas são positivas para o desenvolvimento do sistema ósseo e muscular e para prevenir a obesidade na vida adulta. Elas também são eficazes para queimar a dose extra de energia que os pequenos possuem, o que evita comportamentos agressivos e estresse.

No entanto, a sobrecarga de atividades físicas pode trazer alguns sintomas, como dor de cabeça, dor de estômago, dificuldade para dormir e irritação. Além disso, o cansaço pode atrapalhar as crianças na escola ao gerar falta de concentração e desinteresse.

Como as crianças estão em fase de crescimento, também é importante escolher esportes que não tenham alta performance e treinos intensos, visto que estes podem atrapalhar o desenvolvimento ou gerar vulnerabilidade a lesões físicas.

Não pressione o seu filho.

As atividades extracurriculares para os pequenos devem sempre ter caráter lúdico, ou seja, devem sempre visar o divertimento acima de qualquer outro objetivo.

Dessa forma, é importante que os pais não pressionem seus filhos com o objetivo de vencer ou ser a pessoa de melhor desempenho da turma. A ideia é favorecer uma competitividade saudável, sem exigir resultados, visto que esse comportamento pode levar à frustração e tristeza da criança.

Estabeleça uma rotina adequada.

Ter uma rotina adequada para a idade é fundamental para aproveitar os benefícios que as atividades fora da escola oferecem. Desse modo, para acertar, é preciso ter equilíbrio.

Isso porque, apesar de as atividades serem um momento de lazer durante o dia e estimularem o desenvolvimento global, é preciso que as crianças tenham tempo para ser apenas crianças. Ou seja, elas devem ter tempo para descansar, brincar livremente em casa e fazer novas descobertas.

O ritmo inadequado pode ser evitado ao estipular cerca de 2 a 3 horas de atividades diárias. Além disso, pode-se estimular o estudo de outro idioma ou de atividades que não sejam físicas, como uma oficina de leitura ou pintura. Dessa forma, a criança pode aprimorar mais o lado intelectual e ocupar o seu tempo da mesma forma.

Fique de olho no comportamento e nas atividades.

Por fim, é essencial ficar de olho no comportamento que sua criança apresenta durante a semana. Após a atividade, é normal que o pequeno se sinta cansado, porém, se sentir cansado o tempo todo pode ser um sinal de alerta. Perguntar como ele está indo na atividade e se está gostando também é uma boa ideia. Afinal, existem diversos esportes e a criança pode (e deve) conhecer e praticar vários deles ao longo da vida.

Além disso, verifique se as atividades feitas são supervisionadas por um professor atencioso e capacitado. Isso é importante para evitar lesões e machucados durante o período extracurricular.

Portanto, vamos coordenar as atividades extracurriculares das crianças de forma consciente.

sexta-feira, 17 de março de 2017

O Despertar das Emoções! Professora Daniela!

E a sexta começou, o sol deu as boas vindas para mais um dia;  comércio começou  a abrir as portas  para mais dia de atividades pessoas começaram  a circular pelas ruas do centro e os alunos do 2 ano do fundamental iniciavam as atividades de campo com as pessoas “Despertando Emoções “ 
O objetivo  do projeto é ofertar flores com mensagens de carinho para as pessoas que transitavam nas ruas despertando aos alunos e aos presenteados que  mesmo com a vida corrida não podemos esquecer de olhar para outro, palavras de carinho, gestos de afeto e até um simples bom dia mudam significativamente a vida das pessoas. 
E não poderia ter sido diferente as pessoas que receberam as rosas se diziam surpreendidas e emocionadas  com o gesto dos pequemos.
Os alunos retornaram a escola felizes com a atividade de hoje e com o reconhecimento de que pequenas atitudes se tornam grandiosos em sua intenção.
E para  nós enquanto educadores a motivação de fazer mais e melhor por nós  e pelos outros!!





























sábado, 8 de outubro de 2016

Meu Filho não se Concentra nas Atividades. O que Fazer?


Antes de mais nada, é preciso entender que a concentração das crianças é muito curta. Crianças pequenas não conseguem se concentrar por muito tempo, e isso é natural.

Se você quiser melhorar a atenção do seu filho convide o para a prática de alguma atividade física.

Trata-se de algo fundamental, porque ao longo das atividades físicas as crianças vão aprender a coordenar o próprio corpo, seus movimentos, tendo assim um controle maior durante os jogos de linguagem.

Para evitar a agitação depois da atividade física, você deve praticar a lição do silêncio, a qual está disponível abaixo. Com essa atividade, a criança vai aprender a controlar de forma consciente os próprios movimentos. Faça isso e observe se a crianças vai melhorar o comportamento e a concentração durante a atividade.

Procure, também, estimular a memória de curto prazo. Muitas vezes as crianças não se concentram porque a informação chega e sai muito rapidamente. A criança acaba sem entender o que a mãe, o pai ou o professor estão dizendo.

Existe ainda outra questão. Crianças que ficam muito tempo diante de computador, televisão têm uma certa dificuldade em se concentrar, então é importante observar esse ponto. Se seu filho fica muito tempo com o tablet ou assistindo à televisão, tente limitar o acesso.

Obviamente não podemos aqui esgotar o assunto. A concentração infantil e as técnicas para melhorá-la ainda são assuntos a serem debatidos. Procuramos, de fato, indicar formas e técnicas para auxiliar de modo prático na melhora da concentração, o que não significa encerrar a discussão sobre o tema.

Não esqueça estas três dicas: atividade física, lição do silêncio e redução de exposição a monitores.

A Lição do Silêncio

Não são poucos os e-mails enviados para o blog solicitando minha opinião a respeito do Método Montessori. Em vez de emitir um parecer sobre essa metodologia, resolvi compartilhar com você apenas uma lição muito eficaz, que aprendi recentemente com a doutora Montessori, por meio de algumas obras de H. Lubienska de Lenval.
Trata-se de um exercício extraordinário, que tem me surpreendido a cada dia.

Digo isso porque, há mais de um ano, comecei a empregá-lo na escola de minha mãe. E adivinhe? Estou colhendo excelentes resultados!

No livro A Educação do Homem Consciente, Lubienska destaca:

(…) A lição do silêncio tem uma importância capital, uma vez que o progresso da criança se mede pelo progresso do silêncio. Enquanto forem indisciplinadas, agitadas, dissipadas, não poderão assimilar grande coisa. Desde que se estabeleça a calma interior pelo esforço da vontade, tudo se ordena como os cristais num líquido saturado. (LENVAL, Helena Lubienska de. A Educação do Homem Consciente, p. 81)
É notória a relação entre silêncio e o crescimento intelectual das crianças. Concentradas, o rendimento delas aumenta, uma vez que a inteligência encontra um caminho mais seguro para o conhecimento.

Mas os benefícios da lição do silêncio não param por aí.
De início, é importante entender que a lição do silêncio não tem como finalidade fechar a boca das crianças. Pelo contrário, ela exige uma verdadeira tensão da vontade, que se vê obrigada a vigiar os pés, as mãos, o pescoço, a boca, os olhos, e até a respiração, para não mexer sequer um cabelo (LENVAL, Helena Lubienska de. A Educação do Homem Consciente, p. 82-83).

Com o passar do tempo, você também perceberá mudanças na forma de andar, nos gestos, na expressão facial e no controle de voz das crianças. No lugar da costumeira agitação, o corpo e a voz delas expressarão aquela serenidade que todos desejam perceber.

Você pode estar pensando: “- Será que tudo isso é realmente possível?” É possível, sim!

Porém, tudo dependerá de sua persistência.

Praticando essa lição, confirmei mais uma vez a tese de que “só podemos transmitir para as crianças aquilo que realmente possuímos”.

Logo, você só poderá praticar a lição do silêncio de forma eficaz se você mesmo – com todo o seu corpo, e não apenas com sua boca – fizer silêncio. Caso contrário, os resultados serão desastrosos.

Isso significa que a lição do silêncio não tem nenhuma relação com a utilização de artifícios linguísticos, os quais, nesse contexto, exercem pouca influência sobre as crianças. Dito de outro modo: não aborreça os pequeninos insistindo em discursos aprimorados, com frases longas e sofisticadas. De uma vez por todas, pare de pedir silêncio para aqueles que nunca fizeram ou viram alguém fazendo silêncio!

Passo a Passo:

Passemos agora para os principais pontos da lição do silêncio:

Sendo o ambiente um dos elementos fundamentais do exercício, escolha um cômodo de sua casa que esteja bem organizado, com poucos móveis e o mínimo de estímulos visuais;

Feche a porta e as cortinas, de modo que tal ambiente permaneça na penumbra;

Reúna as crianças no cômodo escolhido, pedindo para todas se sentem no chão, ao seu redor;

Com o seu próprio corpo, dê para as crianças o exemplo, ficando quieto e imobilizado. Utilizando poucas palavras, diga, em voz baixa, que você pedirá para as suas mãos e para os seus pés ficarem tranquilos. Depois, peça para a sua boca ficar fechada e para o seu nariz respirar de forma lenta e profunda. Comando a comando, demonstre como os membros de seu corpo lhe obedecem de forma dócil e tranquila;

Neste momento, você estará totalmente imobilizado, com as pernas cruzadas, os cotovelos apoiados sobre os joelhos, a cabeça sustentada entre as mãos, os olhos fechados e voltados para o chão;

Por fim, imitando você, todas as crianças ficarão em silêncio.

Aprofundando a Lição do Silêncio:

Nos primeiros dias, mantenha-se em silêncio por poucos minutos. Depois de algumas semanas, analisando o quanto as crianças suportam, aumente o tempo de duração do exercício.

O objetivo desse treinamento não é o de deixar as crianças sonolentas, e sim o de levá-las a um recolhimento consciente e vigilante.

Sendo assim, no transcorrer dos dias, levante-se lentamente no meio do exercício, posicionando-se atrás delas. E, com uma voz áfona, chame uma criança de cada vez.

Demonstrando atenção, elas virão vagarosamente ao seu encontro, andando com as pontas dos pés. Com a voz sempre baixa, diga algo no ouvido de cada uma delas, pedindo, por fim, para retornarem à posição de origem. Lá, elas ficarão novamente em silêncio.

Caso você seja uma pessoa ansiosa, sempre preocupada com resultados imediatos, fica aqui um importante lembrete de Lubienska:

“As primeiras tentativas da lição do silêncio numa classe é sempre decepcionante. No início, não há verdadeiramente silêncio, mas mudança de ruído. Em lugar dos barulhos grosseiros, percebem-se ruídos mais leves: o ranger de um móvel, a respiração sibilante de alguma criança, o tic-tac de um relógio”. (LENVAL, Helena Lubienska de. A Educação do Homem Consciente, p. 105)

Portanto, se o exercício não funcionar nos primeiros dias, não se preocupe. Depois de duas ou três semanas, o verdadeiro silêncio surgirá!